30 novembro, 2007

Saudade


Saudade a gente sente quase todo dia, cada dia de uma maneira ou de algo diferente. Sinto saudade do meu tempo de criança, onde eu ficava o dia todo brincando, comendo mil porcarias (não que eu não coma hoje, mas naquele tempo eu realmente não pensava em calorias e isso não era um problema grande), e tinha certeza que a minha boneca que dava cambalhotas - a Tati - tinha vida. Sinto saudade dos domingos em que eu dormia na minha avó, com todos os primos, fazíamos cabanas e ficávamos acordados até tarde, escondidos da vóvó. Sinto saudade dos domingos sagrados que existiam entre meu pai e eu... acordávamos sempre as oito, tomávamos aquele café gostoso que mamãe tinha preparado, pegávamos nossas pipas (a minha era rosa e a dele era do Corinthians, time do coração) e iámos empinar no parque aqui da cidade, davámos comida aos patos e saindo de lá nos saboreavámos com um delicioso calda de cana! Sinto saudade da minha Barbie sereia, do meu velotrol, de cada vez que caia um dentinho de leite, do Tio Zé Mario (admito que esse é por causa do pirulito que ele dava a cada consulta). Sinto saudade da época de adolescência, a primeira menstruação, o primeiro beijo, e o primeiro garoto por quem eu jurava amor eterno (com onze ou doze anos a gente tem certeza de que iremos casar com tal menino - se é que isso muda quando passamos dessa idade). Sinto falta daquela minha amiga, que passava o dia comigo, que compartilhava qualquer tipo de loucura comigo - uma dieta, uma chapinha muito bem feita, unhas postiças -, que sabia todos os passos que eu dava e que jamais se desgrudava de mim... e que agora mora longe, cresceu, está tomando seu rumo e está se tornando adulta (suas marcas continuarão vistas em mim pro resto da minha vida e eu tenho certeza que as minhas nela).

Sinto saudade de você. Saudade da nossa amizade, das nossas conversas, de tudo que a gente compartilhava... de ter você por perto sempre que eu estava triste e por vibrar junto com você quando uma nova canção da banda dava certo ou quando surgia um novo show. Saudade de todas as vezes que você me fazia rir, do seu ciuminho negado, das ligações de madrugada que duravam horas e horas, das mensagens, das nossas saídas, onde um banco pra gente sentar e um bocado de gente passando pra comentarmos de tudo servia pro nosso divertimento. Saudade daquele Reveillon, do dia do show e de você cantando pra mim...

Saudade de mim, de quem eu era e do que eu sentia quando eu estava com você!

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