20 julho, 2010

"não esquenta senão caspa vira mandiopan"


Tenho um defeito, ou mania de assim preferirem, meio ruim para uma cursanda em Letras. Já falei sobre isso aqui no blog mas nunca é tarde para reafirmar. Não sei porque começo a ler tantos livros de uma vez e, muitas vezes, termino só um ou outro. Sendo assim, posso falar que já comecei milhares de leituras mas, até o fim mesmo, só aqueles que me fazem cair de amor. E esses sim, termino em dois dias, no máximo. E releio quantas vezes forem necessárias, quando preciso verer uma parte, chorar com tal personagem ou me intreter de maneira produtiva. Adoro ler coisas que já li e reli, adoro ler uma página sabendo o que vem a seguir, adoro lembrar de uma passagem, de um diálogo, de uma cena e revê-la enquanto leio.
Com "Feliz Ano Velho" não tem sido diferente. Já havia lido duas vezes antes dessa, as duas uma seguida da outra, com quinze ou dezesseis anos, não me lembro. O que eu acho legal de reler um livro é que conforme o tempo passa, nossa experiência de vida aumenta, nossa maneira de ver o mundo às vezes (ou não) muda e a forma com que vemos a história muitas vezes não é mais a mesma de antes. Tem sido assim com o Marcelo.
Marcelo, pra quem não sabe, é o autor do livro. Nele, ele conta toda a sua história de quando ficou paraplégico, seus sentimentos e pensamentos de uma forma bastante cativante, emocionante e, porque não, engraçada. Recomendo muito a leitura.
Das duas vezes passadas li "Feliz Ano Velho" com um sentimento de "dó" mesmo, com aquele pensamento de "ele estragou a vida, irresponsável" e só conseguia pensar na dor de sua mãe. Hoje não. Tenho lido de uma maneira muito mais interessante, parece que me tornei amiga de Paiva e que faço parte da turma dele. Engraçado. Vejo a mim e meus amigos em cada situação que ele conta, dou risada junto dele nos seus pensamentos mais inusitados e choro junto em cada passagem difícil. Vejo nele um pouco de mim e de cada pessoa que tem passado pela minha vida, um pouco da dor e da maneira com que ele a trata. A sensação que eu tenho é que universitário vê o mundo de uma maneira parecida...
Marcelo passou de autor de um livro que eu achava bom pra um amigo de um livro de cabeceira, tenho vontade de ficar perto dele e até conhecê-lo mais. Por isso, já tenho o próximo livro em mente: Malu de Bicicleta, vamos lá.

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