25 julho, 2010

Sensacionalismo ou jornalismo?

Às vezes eu tenho vontade de invadir a televisão e falar umas poucas e boas para todos esses sensacionalistas que se dizem jornalistas. Não ia adiantar nada, eu sei, quem sou eu pra falar algo pra alguém, mas eu desabafaria. Desculpe a forma como comecei a escrever, gente, mas é que me revoltei.
Como pode? A gente liga a TV e vê uma tragédia como a ocorrida com o Rafael, filho da Cissa Guimarães, transformar-se em ibope? Em jornalismo barato? Em programação para o domingo da Globo? NÃO DÁ PRA ACHAR CERTO ISSO. O menino, infelizmente, nem está mais aqui para poder falar algo. Foi dessa pra uma melhor, virou anjo (para os mais fiéis). E, vendo umas barbaridades dessas nesse mundo, eu chego a pensar "que sorte a dele", sério.
Não que eu não tenha achado o caso triste, claro que não. Chorei pela dor da mãe dele e choquei-me com os policiais e com os motoristas que fugiram, como todo mundo. Mas, sinceramente, choquei-me bem mais com o jornalismo em cima disso tudo. Estranho, né? NUNCA houve se quer um motorista que fugisse de um crime como esse. NUNCA houve um policial se quer subornado para livrar a de alguém. NUNCA. Além disso, quantos milhares morrem da mesma forma que o Rafael e, às vezes, são enterrados em qualquer lugar porque nem dinheiro pra um "terreno no cemitério" (outro absurdo) esse possui? Nunca aparece coisas desse tive na televisão brasileira, né. Claro, daria ibope falar da morte do Zé da Silva? Hum.
Eu sei que nada do que eu escrevi é novidade, e que muita gente tem o mesmo pensamento, mas eu precisa expressar-me.
Grata.

Um comentário:

LuEs disse...

É, às vezes, eu fico indignado também. Não sei bem o que aconteceu, sei da notícia superficialmente, apenas sei que ele morreu atropelado. Mas entendo o motivo da indignação - em algum momento, perdemos o valor moral que nos permite respeitar a dor do outro. Fazemos equivocadamente da dor uma festa e queremos lucrar em cima disso.

Honestamente, detesto a Rede Globo e todas essas emissoras porque gostam de trabalhar com o sensacionalismo. Não assisto TV, não vejo nada além de um ou outro filme. Me recuso a gastar tempo e dinheiro assistindo a coisas que ó me incomodariam.